Um dos maiores tradutores portugueses, mas também professor universitário, ensaísta, crítico literário e autor de diarística e crónica, João Barrento foi reconhecido pelo júri do Prémio Camões como autor de uma obra relevante e singular, em que avultam o ensaio e a tradução literária. Em particular, o júri destacou as suas traduções de literatura de língua alemã, que, da idade média à época contemporânea e em todos os géneros literários, formam o mais consistente corpo de traduções do nosso património cultural e constituem indubitavelmente um meio de enriquecimento da língua e de difusão em português das grandes obras da literatura mundial.
Traduziu Goethe, Hölderlin, Kafka, Musil, Walter Bejamin, Brecht, Rainer Maria Rilke, entre tantos outros, sobre quem aliás fez ensaios. Deu a conhecer, além disso, o espólio da escritora Gabriela LLansol, de quem tem sido o principal estudioso e divulgador.
Recebeu os maiores prémios literários portugueses, e foi agraciado com a Cruz de Mérito Alemã e a Medalha Goethe.
O júri da 35ª edição do Prémio Camões foi constituído por Abel Barros Baptista, professor catedrático da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (Portugal); Isabel Cristina Mateus, professora auxiliar da Universidade do Minho (Portugal); Cleber Ranieri Ribas de Almeida, Professor associado da Universidade Federal do Piauí (UFPI) (Brasil); Deonísio da Silva, professor aposentado da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) (Brasil); pelos PALOP, Inocência Mata, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (São Tomé); Dionísio Bahule, professor da Universidade Pedagógica de Maputo (Moçambique).
Instituído por Portugal e pelo Brasil, é o maior prémio de prestígio da língua portuguesa. Nos últimos oito anos, foram galardoados com o Prémio Camões: Silviano Santiago (2022, Brasil), Paulina Chiziane (2021, Moçambique), Vítor de Aguiar e Silva (Portugal, 2020), Chico Buarque (2019, Brasil), Germano Almeida (2018, Cabo Verde), Manuel Alegre (2017, Portugal), Radouan Nassar (2016, Brasil), Hélia Correia (2015, Portugal).
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