Exposição "Livros Portugueses Proibidos no Regime Fascista (1933-1974)

| Livros Portugueses Proibidos no Regime Fascista (1933-1974)

              

"Ainda no âmbito do tema “Liberdade” associado ao mês de Abril, a Biblioteca Municipal apresentou uma pequena mostra de “Livros Portugueses Proibidos no Regime Fascista (1933-1974)”. E isto porque, convém lembrar sobretudo aos mais novos que a Constituição Política da República de 1933 faz nascer um regime político designado de Estado Novo, substituindo assim a de 1911 que, na verdade, não era aplicada desde o golpe militar de 1926. Este regime político, o Estado Novo, foi um período durante o qual as liberdades intelectuais e coletivas foram limitadas à semelhança do que aconteceu noutros regimes totalitários e fascistas, e só acabou deposto pela Revolução de 25 de Abril de 1974. Em Portugal foi o decreto n.º 22:469, de 11 de abril de 1933, que veio instituir a censura prévia aos livros e, consequentemente, condicionar o acesso à leitura e à cultura.

O regime fascista português foi um “regime anti-cultura”. Como sabemos, a proibição, apreensão e destruição dos livros, são práticas características de um regime político de opressão e de perseguição. Nenhuma criação, desde a Poesia, o Ensaio, a Arte, a Ficção, a Filosofia e a Ciência foi poupada à censura que excluiu da leitura cerca de 900 títulos editados em Portugal. A lista de livros portugueses proibidos pelo regime fascista é vasta. Nesta exposição, são apresentados como exemplo alguns dos livros censurados que se podem encontrar na Biblioteca Municipal de Viana do Castelo. Miguel Torga, Bernardo Santareno, Natália Correia, Manuel da Fonseca, Vergílio Ferreira, Urbano Tavares Rodrigues, Mário Soares, Fernando Namora, Álvaro Cunhal, Soeiro Pereira Gomes, Manuel Alegre, José Régio, Luís Sttau Monteiro, José Cardoso Pires, Aquilino Ribeiro, Fernando Pessoa, Alves Redol, Maria Teresa Horta, Ary dos Santos, Tomás da Fonseca, são alguns dos muitos escitores portugueses censurados pelo Estado Novo. Por isso, neste mês de Abril, onde a palavra LIBERDADE se impõe, é bom recordar os autores e até lembrar a leitura de livros que não se podiam ler durante a vigência do Estado Novo."

AUTOR: Rui A. Faria Viana [Correio do Minho]

 

- Mais info: Portal da Biblioteca Municipal

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